Palavra do Bispo: Alegrar-se na Páscoa do Senhor
Para o mês de abril, Dom Francisco enfatiza a importância de valorizarmos a paixão e morte de Jesus
31.03.2021 - 08:02:01

A presente reflexão nasce da constatação que a alegria, no mundo cristão, manifesta-se mais intensamente no período natalino do que na Páscoa. As razões aduzidas vão desde a cultura do afeto ligado à criança, passando pelos presentes de fim de ano e da valorização maior da morte de Jesus do que sua ressurreição. Algumas pessoas ainda consideram a sexta-feira santa como o dia mais importante do ano.
Manter a singeleza natalina é necessário, mas valorizar a paixão e morte do Senhor e aumentar a alegria pascal deve ser a nossa meta. Todos os mistérios da fé relacionados ao Salvador são importantes e estão conexos entre si, pois não haveria paixão, morte e ressurreição sem a encarnação do Verbo.
Creio que, nos últimos anos, os cristãos compreenderam melhor a importância da Páscoa, mas ainda somos tímidos na manifestação da alegria pascal. O domingo de Páscoa e por extensão o tempo pascal, em razão da vitória de Cristo sobre o pecado, abrindo-nos as portas da eternidade, deve ser vivido em expressiva e contagiante alegria. Em uma das orações da Missa no domingo de Páscoa, no Prefácio, rezamos que, sobretudo neste tempo devemos louvar e agradecer a Cristo que, morrendo destruiu a morte e ressurgindo deu-nos a vida. O prefácio afirma: é necessário “transbordar de alegria”.
A ressurreição de Cristo, ponto culminante da história humana, não apenas mostrou a divindade de Jesus Cristo, mas de uma forma explícita confirmou o caráter redentor de sua morte na cruz. A nossa Páscoa é o sangue de Cristo imolado que nos valeu a salvação. Quem está ciente disto é incapaz de conter a alegria. Para melhor entendimento do nosso leitor, sugiro que se imagine em um dos terríveis campos nazistas de concentração com todos os horrores lá existentes e em seguida ser libertado. Tal comparação é ínfima diante da realidade da nossa libertação espiritual, graças à morte e ressurreição do Senhor.
Georges Chevrot, sacerdote francês e grande pregador, falecido em 1958, ao aprofundar tal tema, afirmava: Cristo “fez-nos recuperar o estado sobrenatural em que Deus tinha criado o homem. Tornamo-nos novamente filhos adotivos de Deus. A partir de agora participamos da vida divina do nosso Irmão (Cristo) ressuscitado. Se crermos nele, se aderirmos a ele pelo Batismo, se nos incorporarmos a ele na Eucaristia, se, assentindo à sua palavra, nós a colocarmos em prática, formaremos com ele um só corpo, a Igreja dos Ressuscitados... Graças ao seu triunfo seremos pecadores perdoados, mortais destinados a ressuscitar”.
A nossa alegria pascal manifesta-se, além de nossos cânticos litúrgicos, no esforço generoso e leal de conversão e na caridade fraterna. Um dos preciosos modos de mostrar nosso reconhecimento ao Salvador é seguir seus passos e nos amarmos como irmãos. Que Deus nos dê a graça de contagiar nossos ambientes com a alegria pascal.
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