Palavra do Bispo: Conte a todos que Jesus ressuscitou!
Artigo de Dom Francisco Carlos Bach para o mês de abril de 2024
02.04.2024 - 14:22:20

O evangelista Marcos, à luz dos fatos acontecidos, descreve a passagem das duas mulheres, Maria Madalena e Maria, mãe de Tiago, que foram ao túmulo para embalsamar o corpo de Jesus e não conseguiram, mas escutaram do anjo: “Procurais Jesus, o nazareno, aquele que foi crucificado? Ele ressuscitou! Não está aqui! Vede o lugar onde o puseram! Mas ide, dizei a seus discípulos e a Pedro que ele vai à vossa frente para a Galileia. Lá o vereis, como ele vos disse” (Mc 16,6b-7). Meu caro leitor, inegavelmente estamos diante do maior fato da história da humanidade que narra a ressurreição de uma pessoa, após ter sido torturado, açoitado, coroado de espinhos e pregado à cruz, morrendo após três horas de agonia extrema. Além de ser um fato extraordinário, adquire relevância ainda maior quando descobrimos a razão da sua imolação e ressurreição: cada um de nós! Tal fato diz respeito a cada um de nós! Celebrar a Páscoa, cada ano, é proclamar a morte e a ressurreição do Senhor, por amor a nós.
Num primeiro momento nos detemos no Cordeiro imolado, recordando a Páscoa judaica, descrita no Antigo Testamento e a ordem de que, para recordar-se da libertação do Egito, a cada ano dever-se-ia imolar um cordeiro (cf. Ex 12,1-14). Na Páscoa da Nova Aliança, Jesus Cristo é o Cordeiro Pascal que é imolado para a salvação do mundo. Não se trata mais de recordar uma libertação ocorrida no passado, mas de atualizar no hoje da história o sacrifício redentor que dá um novo sentido à vida da humanidade. Encontramo-nos diante do dinamismo profundo que é passar da morte do pecado para a vida nova da graça, graças à morte e ressurreição do Senhor.
Ao continuar a nossa reflexão, constatamos que o Cordeiro imolado é o filho de Deus. É Jesus de Nazaré que, além de verdadeiramente homem, é divino. Tendo presente o início do evangelho de São João, entendemos quem é Jesus Cristo: “E a Palavra se fez carne e veio morar entre nós. Nós vimos a sua glória, glória que recebe do seu Pai como filho único, cheio de graça e de verdade... de sua plenitude todos nós recebemos, graça por graça. Pois a Lei foi dada por meio de Moisés, a graça e a verdade vieram por meio de Jesus Cristo. Ninguém jamais viu a Deus; o Filho único, que é Deus e está na intimidade do Pai, foi quem o deu a conhecer” (Jo 1,14.16-18).
Como entender a ressurreição a partir da fé? Frei Raniero Cantalamessa nos auxilia: “É o testemunho de Deus sobre Jesus Cristo”. Deus o ressuscitou dos mortos, dando a todos uma prova irrefutável sobre sua vida e missão. Deus garante que Jesus de Nazaré era realmente quem dizia ser. A ressurreição é o sim de Deus à vida de Jesus Cristo (cf. “I misteri di Cristo nella vita della Chiesa”, Editrice Ancora Milano, 1992, pág 440).
Embora os textos evangélicos reflitam ulteriores reflexões das primeiras comunidades, já que foram escritos décadas após o fato histórico da ressurreição, contudo permanecem inalterados no elemento essencial: Cristo ressuscitou. E este é o fato que deu forças à Igreja no passado e, sem dúvida, a continuará sustentando no futuro. O amor eterno de Deus por nós e pela humanidade se manifesta na pessoa de Jesus Cristo, o Filho do Altíssimo.
Meu caro leitor, a ordem de Jesus, repassada às mulheres que foram ao túmulo e não o encontraram, continua vigente a todo aquele que crê no Senhor Jesus e a ele entrega sua vida. Refiro-me diretamente a todos aqueles que foram batizados e comprometeram-se, por seus pais e padrinhos ou pessoalmente, a continuar anunciando ao mundo: Jesus está vivo! Testemunhar a ressurreição de Jesus é a nossa missão. Conte a todos que Jesus ressuscitou, que ele está vivo, que ele está no meio de nós!
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Fonte Dom Francisco Carlos Bach